domingo, 22 de julho de 2012

Filme: Poucas Cinzas



Dirigido por Paul Morrison e com roteiro de Philippa Goslett, Poucas Cinzas (Little Ashes) se passa em Madri, no ano de 1922, época em que a Espanha passava por uma grande revolução cultural provocada pelo jazz e pelas ideias de Freud. O filme retrata a amizade entre Salvador Dalí (Robert Pattinson), Federico Garcia Lorca (Javier Beltran) e do cineasta Luís Buñuel (Matthew McNulty).

Assisti na semana passada esperando encontrar um relato da vida de Dalí, mas o roteirista enfatizou o relacionamento amoroso de Dalí e Garcia Lorca durante todo o filme. A amizade com Buñuel é retratada vagamente. Eu esperava ver uma mostra do surrealismo de Dalí, queria ver como era seu processo de criação, sua genialidade e loucura, resumindo: me decepcionei.

Apesar da minha decepção, os pontos positivos do filme são vários:
  • O contexto histórico-social é muito bom , podemos ter uma noção da Espanha  passando pela revolução cultural. Protestos de um lado, opressão e intolerância do outro.
  • O ator Javier Beltran que interpreta o escritor Garcia Lorca é o grande destaque. Senti que ele roubou a cena do Pattinson, (como o curinga rouba a cena do Batman em Batman - O Cavaleiro das Trevas) adorei a atuação!
  •  Robert Pattinson deixou de lado a figura do vampiro purpurinado que o perseguia. Em Poucas Cinzas ele foi extremamente corajoso ao interpretar cenas de homossexualismo e nudez. E apesar de eu não gostar muito dele, percebi que ele é um ator capaz de realizar uma boa atuação.
  • Somos brindados com  um pouco da poesia de Federico Garcia Lorca.
  • A cena em que Dalí e Lorca se banham sob o luar é uma das mais belas que já vi.
  • O assassinato de Lorca é retratado como a mídia da época divulgou.
  • Trilha sonora excelente!
  • Ótimo filme de temática homessexual.



Quando o filme terminou, voltei a me sentir decepcionada pois não encontrei o que procurava. Apesar de tantos pontos positivos, não encontrei o Dalí mestre do surrealismo, encontrei o Dalí tímido, retraído, que muda de uma hora para outra e faz escolhas impensadas.

Poucas Cinzas é acima de tudo, uma história de um amor que não deu certo, talvez pela discriminação que havia na época ou pela falta de coragem dos dois artistas de assumirem o relacionamento perante uma sociedade opressiva.

Ainda assim, está mais do que indicado!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

1 ano de Literatura, Cinema & Cia!


Hoje não é só mais uma sexta-feira treze, é o dia do Rock, mas além disso, é com muita alegria que venho informar que hoje completamos um ano de blog!

Esse primeiro ano de blog não foi nada fácil,  quis excluir ele diversas vezes, pensei em desistir da literatura, mas não consigo existir sem ela e excluir o blog seria o mesmo que tirar uma parte essencial de mim.

Gostaria de agradecer a todos que acompanharam o blog até agora, os que o visitaram mesmo sem comentar, os seguidores e aqueles que chegaram até aqui por meio de pesquisas ou indicações, muito obrigada!

Aproveito o espaço para agradecer o Ricardo, colaborador do Literatura, Cinema & Cia, que sempre aparece por aqui com posts interessantes, agradeço também a Luciana, criadora do banner comemorativo, por ter gasto um pouco de seu tempo com esse blog. Obrigada!

Para comemorar a data e presentear um leitor resolvi fazer um sorteio!

Os prêmios são:

- Livro Snoopy e Sua Turma vol. 1 (L&PM Editores, coleção quadrinhos).
- Livro Senhor Servo e outras histórias, Leon Tolstói  (L&PM Editores, coleção Plus).
- Marcadores variados.




Regras:

- Curtir a página do Literatura, Cinema & Cia no facebook clicando aqui. Se não tiver facebook, basta seguir o blog pelo Google Friend Connect.
- Comentar nessa postagem dizendo que quer participar e deixando seu e-mail pessoal.
- Ter um endereço de entrega no Brasil.

O sorteio será feito pelo Random.org e o resultado será divulgado no dia 19/08.

Boa sorte!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Tirinha da semana

Há tempos que quero trazer mais tirinhas para o blog, eis que agora me veio a ideia de trazer uma por semana, mas não essas que estamos cansados de ler, quero trazer tirinhas diferentes!

Vi a de hoje no facebook, foi compartilhada pelo Literatortura.



Até a próxima!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Curta: A.L.M.A



Sou apaixonada por curtas metragens, especialmente pelos de animação. O A.L.M.A é um dos meus prediletos, criado e dirigido por Rodrigo Blaas, já ganhou diversos prêmios e em breve será lançado numa versão estendida pelos estúdios DreamWorks com Guilherme Del Toro envolvido na produção.

No início do curta parece que estamos assistindo a mais um filme da Disney, mas é só o começo! A.L.M.A é um curta completamente diferente, no qual o fofinho e o macabro dão as mãos e se tornam almas gêmeas.

Imperdível!

Frango com Ameixas, Marjane Satrapi



Marjane Satrapi me surpreendeu em fevereiro com Persépolis, que eu resenhei aqui no blog. Desde então, minha vontade de ler mais de suas HQ´s só cresceu mas como tinha outras leituras na fila esperei. Há alguns dias me deparei com Frango com Ameixas  na biblioteca da escola em que trabalho e sem esperar mais, trouxe-o para casa a fim de me lambuzar com ele.

Enquanto Persépolis é a autobiografia da autora, Frango com Ameixas (Cia das Letras, R$ 36,00) é uma história de família, ou melhor, a história trágica do tio avô de Marjane, o músico Nasser Ali Khan. O livro possui uma linguagem fácil e por ser tão marcante é envolvente e impossível de se abandonar pela metade. O traço de Satrapi é muito bonito, apesar de ser extremamente simples.

A narrativa começa com uma discussão na qual a esposa de Nasser Ali quebra seu tar, um instrumento persa de cordas que não era apenas a ferramenta de trabalho do músico, mas também sua vida, sua paixão. Depois do incidente, Nasser Ali procura outro tar, mas não encontra nenhum que lhe proporcione o mesmo som. O músico, cansado da vida, da esposa e dos filhos, decide deitar e esperar que a morte o encontre, o que acontece oito dias depois. Durante os dias em que espera a morte vir lhe buscar, Nasser Ali lembra de fatos e pessoas (uma moça em especial) que passaram por sua vida. 

Frango com Ameixas, ao meu ver, mostra como escolhas erradas podem nos perseguir até nos enlouquecer. Nasser Ali fica preso nas lembranças que o assombram como fantasmas do passado, permanece preso na ideia do homem que poderia ter sido e não foi, filho de uma sociedade onde tudo é negado e angustiado por não ter tido autonomia suficiente para escolher seu destino vê na morte a solução mais fácil para seus problemas.

A HQ, sob a direção de Satrapi virou filme e foi exibido no festival de Toronto. O trailer e outras informações podem ser vistos aqui.