quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Anna e o Beijo Francês, Stephanie Perkins



Sinopse da editora:  Anna Oliphant não está nada entusiasmada com a ideia de se mudar para Paris. Porém, seu pai, um famoso escritor norte-americano, decidiu enviá-la para um colégio interno na Cidade Luz. Anna prefere ficar em Atlanta, onde tem um bom emprego, sua fiel melhor amiga e um namoro prestes a acontecer. Mas, ao chegar a Paris, ela conhece Étienne St. Clair, um rapaz inteligente, charmoso e bonito, que além de muitas qualidades, tem uma namorada...
Anna e Étienne se aproximam e as coisas ficam mais complicadas. Será que um ano inteiro de desencontros em Paris terminará com o esperado beijo francês? Ou certas coisas simplesmente não estão destinadas a acontecer?


Anna, a protagonista, é enviada (contra à vontade pelo pai) para um colégio interno em Paris. E é em Paris, a cidade maravilhosa, o local em que Anna descobre o amor, faz amigos e vive a vida, com suas alegrias e desapontamentos.

Anna e o Beijo Francês (Novo Conceito, R$ 24,90) é um YA bem leve e descontraído. Stephanie Perkins não é uma escritora ambiciosa e visionária, sua narrativa é pobre, nada de maravilhosamente bem escrita, mas, ao mesmo tempo é simples e divertida. É o tipo de livro que você termina e pensa "Uau! Que história fofa!". Não tem como não torcer para a amizade de Anna e St. Clair, seu melhor amigo, se tornar algo mais.

No início da leitura pensei que fosse mais um livro com romance açucarado e dramático, mas não é. É fofo e só.

Estou um pouco cansada das protagonistas de romances YA, parece que os pré-requisitos de todas são a insegurança e a chatice. Anna é um pouco insegura, mas não do tipo que dá vontade de matar.

Enfim, o livro é bom  para descansar a mente de leituras mais complexas.

Vou resenhar mais alguns YA que li em janeiro e depois vou dar um tempo nas leituras desse segmento.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Sentido de um Fim, Julian Barnes (DL 2013)



"Nós vivemos no tempo - ele nos prende e nos molda -, mas eu nunca achei que entendia isso muito bem. E não me refiro a teorias de como ele se dobra e volta para trás, ou se pode existir em outro lugar em versões paralelas. Não, eu me refiro ao tempo comum, rotineiro, que os relógios nos mostram que passa regularmente: tique-taque, clique-claque. Existe algo mais plausível do que um segundo ponteiro? E, no entanto, basta o menos prazer ou dor para nos ensinar a maleabilidade do tempo. Algumas emoções o aceleram, outras o retardam; às vezes, ele parece desaparecer - até o ponto final em que ele realmente desaparece, para nunca mais voltar."

(O Sentido de um Fim, Julian Barnes, Rocco, R$ 24,00, p. 09)

Comecei a leitura d`O Sentido de um Fim em dezembro, mas só terminei de ler na primeira semana de janeiro, então, vou considerá-lo uma leitura de 2013.

A história é narrada pelo sexagenário Tony Webster, que nos conta sua história de vida. Tony inicia relembrando os tempos de escola, época em que conheceu Adrian, um rapaz estranho, dono de uma mente brilhante. Adrian logo passa a fazer parte de seu círculo de amizades, se tornando uma referência para ele e os demais amigos.

O tempo passa, a escola acaba e cada amigo toma seu rumo. Até que um dia, depois de décadas, Tony recebe um aviso de que recebeu uma pequena herança da mãe de sua ex-namorada e um diário de Adrian, que cometeu suicídio aos 22 anos. Na época em que se suicidou, Adrian namorava Verônica, ex-namorada de Tony.

Em meio a todo esse cenário de perdas, de amor X morte, o narrador questiona e relembra o passado a fim de encontrar respostas para o presente.

O Sentido de um Fim foi vencedor do Man Booker Prize de 2011 e dá pra entender o motivo. É um livro e tanto, com um final brilhante.Virei fã de Julian Barnes! Além do mais, sinto que comecei o ano com a melhor leitura que poderia ter, minhas expectativas em relação ao que vou ler durante 2013 serão imensas, pois terão de superar um livro insuperável.


"A história é aquela certeza fabricada no instante em que as imperfeições da memória se encontram com as falhas da documentação."
(p.67)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Desafio Literário 2013: Sussurro, Becca Fitzpatrick


Sussurro (Intrínseca, 264 páginas, R$29,90) é o primeiro livro da série Hush Hush, de autoria de Becca Fitzpatrick.
Não foi minha primeira leitura de 2013. Decidi lê-lo para uma reunião de um clube do livro que pretendo participar e aproveitei para resenhá-lo no Desafio Literário 2013.
Sinopse oficial: Nora é uma menina responsável. Aos 17 anos, ela tira boas notas e sempre avisa à mãe aonde vai e o que está fazendo. Nem mesmo garotos a fazem perder o foco nos estudos. Até porque, apesar das tentativas de sua melhor amiga, Vee, de lhe arrumar um pretendente, ela nunca se interessou por ninguém na escola. Pelo menos não até conhecer Patch, seu novo colega na aula de biologia. Ele parece estar em todos os lugares e saber tudo sobre ela. Seu jeito ao mesmo tempo sedutor e perigoso faz com que Nora fique imediatamente intrigada. E encantada.

É então que eventos estranhos começam a acontecer. Um homem usando uma máscara de esqui salta diante de seu carro, seu quarto é invadido e aparentemente alguém está tentando matá-la. Nora não sabe em quem confiar. Quando Vee conhece dois novos rapazes e tenta arranjar um encontro, as coisas só pioram. Nora está assustada a maior parte do tempo. Patch é o da máscara de esqui? Ou será Elliot, o novo garoto com quem Vee quer que ela saia?

Em sua busca por respostas, Nora está prestes a se descobrir no centro de uma batalha ancestral entre seres imortais e anjos caídos - uma disputa que não se resolverá sem sacrifícios.
Nora é a adolescente típica dos YA da atualidade. Tem uma beleza comum, é um pouquinho inteligente, insegura, desconfiada, tenta em vão resistir a seus desejos, se mostra desinteressada no começo da narrativa, mas é fisgada por Patch, seu novo parceiro nas aulas de Biologia. Nora tem uma melhor amiga sem noção, Vee, que mais parece amiga da onça.
Patch, o affair de Nora, é um personagem estranho e não pelo fato de ele ser um anjo que caiu do Paraíso por cobiçar a raça humana. Patch é estranho porque não tem uma finalidade na narrativa. Ele não é bom, tampouco é mal, sua única intenção é cobiçar. Patch cobiça Nora, cobiça os sentimentos da raça humana, cobiça os Nephelim por possuírem poderes divinos e serem humanos, enfim, é cobiça que não acaba mais. Tive a sensação de que a autora tentou deixá-lo atraente para seu público leitor, mas só o que ela conseguiu foi criar um personagem convencido, arrogante e mal construído.
No meio dessa tormenta de sentimentos recém-descobertos, Nora começa a ser perseguida por um estranho com máscara de esqui (oi?). Vee é atacada. E adivinhem quem é o primeiro suspeito? Patch. O bad boy arrogante e misterioso.
Depois, como a própria sinopse mostra, Nora e Vee conhecem dois garotos, Elliot e Jules. As duas logo começam a sair com os dois, até Nora descobrir algo sobre o passado de Elliot e começar a desconfiar dele também. Nesse meio tempo, Nora passa por coisas previsíveis, descobre o passado de Patch, um pouco sobre seu próprio passado e descobre também o grande mistério do livro.
O final é previsível, um pouco antes do desfecho (que é o grande clímax da obra), a autora nos conta um detalhe sobre Patch e a partir daí, o final feliz se torna nítido.
O livro tem seus momentos bons. Gostei de algumas partes específicas, como as do professor de Biologia e o prólogo. A narrativa é rápida, feita somente para entreter e o vocabulário é bem simples.
 Não gostei de como a autora fez uso d’O Livro de Enoch (falar mais sobre ele seria spoiler, então vou deixá-los curiosos).  A partir do momento que Becca citou esse livro deveria ter sido fiel, pois é uma obra que existe, é palpável, independente de ser ou não ficção. E Becca meio que criou uma coisa em cima de outra, distorceu algo daqui, acrescentou ali, enfim, não me agradou.
Também não gostei da narrativa em primeira pessoa. Acredito que só grandes mestres da literatura conseguem a proeza de construir uma narrativa exemplar em primeira pessoa, o que não é o caso da Fitzpatrick. A narrativa desliza por trechos com fluxo da consciência mal elaborados e diálogos fracos.
Como Sussurro é o primeiro livro de uma série, deixa uma boa dose de informações no ar. Dá curiosidade? Até que dá. Tudo que não é dito gera curiosidade. Vou ler o restante da série? Não sei.
Se eu tivesse de dar uma nota de 0 a 5, daria 2, que considero razoável, já que o livro não é de todo ruim.
Para quem gosta da temática de anjos caídos indico O Paraíso Perdido, de John Milton. E para quem gosta de anjos caídos na literatura infanto-juvenil ou YA´s, indico a série Os Instrumentos Mortais, de Cassandra Clare.
E vocês, leram? Gostaram? Não gostaram? Me contem!