quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Novo endereço

Olá pessoal!

É com muita alegria que informo que o blog mudou de endereço.

http://convitealiteratura.wordpress.com

O nome continua o mesmo, a única diferença é que o Wordpress passou a ser a nova plataforma.

Minhas postagens favoritas serão republicadas no novo endereço. Me acompanhem, muitas novidades, sorteios e resenhas estão por vir!

Obrigada!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sorteio de Aniversário: 2 anos de Literatura, Cinema & Cia!

O Sorteio de Aniversário do "Literatura, Cinema & Cia já está rolando na página do Facebook! Participem! O resultado sai no dia 01/09/2013.


Os prêmios são: 

- A menina que não sabia ler, John Harding.
- Carlos Nejar - Antologia Poética.
- O ciberpunk gibsoniano, Aléxia Roche (com dedicatória).

+ marcadores de página

Os três livros e os marcadores são para um único ganhador!

As regras são:

-Residir no Brasil.


-Comentar "Eu quero participar" no post da promoção: https://www.facebook.com/pages/Literatura-Cinema-Cia/181198535278827?ref=hl






Boa sorte!

Poema da Semana #1 - Andorinha, Manuel Bandeira


Conheci Bandeira aos sete anos de idade e me apaixonei. Ganhei um livro de poesias para crianças do meu pai e decorei todos os versos. Bandeira sempre esteve presente na minha vida. Agora, divido com vocês um de seus belos poemas.

Andorinha





Andorinha lá fora está dizendo: — Passei o dia à toa, à toa!

Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa...

Manuel Bandeira





quinta-feira, 27 de junho de 2013

Divergente, Veronica Roth



Sinopse: Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.
A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é.
E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.

Divergente é um livro muito interessante. Mesmo entre os clichês inevitáveis das distopias YA da atualidade, a obra de Veronica Roth consegue ser diferente. Disseram-me que não é bem assim, que Divergente é muito parecido com Jogos Vorazes, mas, não sei dizer, ainda não li os livros de Suzanne Collins.

Me entreti muito durante a leitura, é um tipo de trama que prende a atenção, contagia. Tris, a protagonista não é fraca, medrosa e cheia de aflições adolescentes, pelo contrário, é corajosa, destemida, humana, tem bom senso e não cai no ridículo. É uma divergente, apresenta um tipo raro de personalidade: apresenta aptidão para mais de uma facção, enquanto a maioria da população se enquadra em apenas uma.

 Uma das coisas que mais gostei durante a leitura, foi a ideia de opressão da sociedade que Roth utilizou.

“Há décadas, nossos antepassados perceberam que a culpa por um mundo em guerra não poderia ser atribuída à ideologia política, à crença religiosa, à raça ou ao nacionalismo. Eles concluíram, no entanto, que a culpa estava na personalidade humana, na inclinação humana para o mal, seja qual for a sua forma. Dividiram-se em facções que procuravam erradicar essas qualidades que acreditavam ser responsáveis pela desordem no mundo.” Pág. 48

“Os que culpavam a agressividade formaram a Amizade. Os que culpavam a ignorância se tornaram a Erudição. Os que culpavam a duplicidade fundaram a Franqueza. Os que culpavam o egoísmo formaram a Abnegação. E os que culpavam a covardia formaram a Audácia.” Pág. 48-49

Percebam o diferencial dessa distopia: uma sociedade cujos valores se baseiam na diferença e semelhança entre a personalidade humana. Grupos foram divididos com base nessas semelhanças e diferenças, pois  acreditavam que esses fatores resultavam na desordem. Gostei, gostei bastante!

Os personagens também são diferenciados, apesar da presença típica do mocinho (que arrebata o coração da mocinha) e do vilão (que quer matar a mocinha). É gratificante, para o leitor, o fato de Veronica ser uma escritora iniciante e conseguir expressar essas múltiplas personalidades tão bem nos personagens. Os personagens da Audácia, mesmo pertencendo à mesma facção, não possuem a mesma personalidade, um é mais arrogante, outro presunçoso, outro corajoso e outros que diante de tanta demonstração de coragem se mostram covardes. Cada um é único e repleto de facetas, acredito que no fundo, todos são divergentes.

A narrativa é simples e rápida, repleta de ações, conspirações e tem uma pitada de romance. Apesar disso,  é um pouco fragmentada. Percebe-se que Veronica Roth é uma escritora iniciante, que ainda está aprendendo a utilizar estilística e recursos narrativos, mas, isso não é empecilho. A tradução é ótima e o livro foi bem revisado, a leitura flui tranquilamente. O final é instigante e deixa curiosidade de sobra para o próximo livro da trilogia: Insurgente.

 Gostei muito e indico sem pensar duas vezes. Pare o que está fazendo e vá ler Divergente.


Nota: 4 ( de 0 a 5 - sendo: 0-péssimo, 1-ruim, 2-regular, 3-bom, 4-muito bom e 5-excelente).


PS: Já li o segundo livro da trilogia e farei a resenha em breve.

sábado, 8 de junho de 2013

A Livraria 24 horas do Mr. Penumbra, Robin Sloan



Sinopse:  A recessão econômica obriga Clay Jannon, um web-designer desempregado, a aceitar trabalho em uma livraria 24 horas. A livraria do Mr. Penumbra — um homenzinho estranho com cara de gnomo.
Tão singular quanto seu proprietário é a livraria onde só um pequeno grupo de clientes aparece. E sempre que aparece é para se enfurnar, junto do proprietário, nos cantos mais obscuros da loja, e apreciar um misterioso conjunto de livros a que Clay Jannon foi proibido de ler.
Mas Jannon é curioso...


A leitura de "A Livraria 24 horas do Mr. Penumbra" (Novo Conceito, R$ 29,90) foi uma experiência muito agradável e singular. Une o que todo bibliófilo ama: um livro sobre livros, livrarias e bibliotecas.

O livro é narrado em primeira pessoa por Clay Jannon, um web designer desempregado que acaba se tornando livreiro de uma livraria 24 horas, cujo nome é A Livraria 24 horas do Mr. Penumbra. Penumbra é o dono da livraria e um personagem cativante, um dos mais curiosos e impressionantes do livro. Mas, ser livreiro  do Mr. Penumbra não é uma tarefa tão fácil, uma vez que a livraria esconde segredos e Clay não consegue lidar com sua curiosidade.

Assim, Clay tenta durante toda a narrativa desvendar o mistério da livraria, que cada vez fica mais nítido e ao mesmo tempo mais distante.

A leitura é contagiante, li em uma tarde! O livro é muito bem escrito, com ótimas tiradas. Robin Sloan não escreve com amadorismo, sabe o que faz e sabe o que fazer para prender o leitor durante toda a trama. Esta, por sua vez, tem mistério, conspirações, tecnologia, livros e romance, um prato cheio.

Os personagens são bem desenvolvidos, gostei de todos, destacando a Kat Potente, uma das personagens mais nerds de toda a literatura.

A Livraria 24 horas do Mr. Penumbra mostra como os livros são mais do que aparentam ser, além disso, abre um leque de reflexões sobre a introdução da tecnologia em nossas vidas. O final é simples e gracioso, como uma lição de moral, voltando nossa atenção para o que torna nossas vidas mais significantes.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Livro: O Ciberpunk Gibsoniano


Gostaria de convidá-los para o lançamento do meu primeiro livro acadêmico. A obra é resultante do meu trabalho de conclusão de curso e aborda desde os conceitos de análise literária e história da ficção científica até a cibercultura e análise do livro Neuromancer, de William Gibson. Este último, serviu de inspiração para o filme Matrix.

No meu livro, foquei a  parte de análise literária na simbiose entre homem e máquina, tendo como base o protagonista de Neuromancer.

O livro foi editado pela Editora Penalux, é composto em papel pólen e tem pouco menos de cem páginas.

No dia do lançamento o livro será vendido pelo valor de R$ 30,00, além disso, vocês também podem adquirí-lo pelo site da editora:

sábado, 6 de abril de 2013

Sobre a leitura

"As aventuras da leitura são as aventuras de cada leitor e leitora para tentar captar a riqueza infinita de nossos dias vividos por viver!

Lemos para saber, compreender, refletir, mudar!

Nessa viagem, somos tocados pela beleza da linguagem, pela imaginação, pela fantasia, pela emoção!

Graças aos momentos preciosos da leitura, nossa vida se torna mais bela e adquirimos a sensação de plenitude e perfeição!

A leitura nos leva a compartilhar o que somos, onde estamos, para onde vamos e a vislumbrar impasses e desafios da humanidade e do planeta!

Lemos para decifrar, traduzir e dar voz a nossa instigação para compreender a sociedade e transformá-la!

Não podemos deixar de ler jamais!

Ler é ser! Ser é ler [...]"


PAIVA, Juliana Zanetti de. Contracapa. In: _____(org.). Desafios literários. Fortaleza: Academia Maria Ester de Leitura e Escrita, 2011.


segunda-feira, 11 de março de 2013

O Xangô de Baker Street, Jô Soares





Sinopse da editora: Um violino Stradivarius desaparecido, algumas orelhas cortadas e seus respectivos cadáveres trazem o famoso Sherlock Holmes ao Brasil, por recomendação de sua não menos famosa amiga Sarah Bernhardt. Porém aquilo que parecia um pequeno e discreto caso imperial transforma-se numa saga cheia de perigos, tais como feijoadas, vatapás, mulatas, intelectuais de botequim, pais-de-santo e cannabis sativa. Sem falar, é claro, dos crimes do primeiro serial killer da história, que executa seu sinistro plano nota a nota, com notável afinação e precisão de corte.
O britânico e intrépido detetive e seu fiel e desconfiadíssimo esculápio vivem então no Rio de Janeiro a aventura de Sherlock Holmes que Conan Doyle se excusou de contar - por motivos que ficarão bastante óbvios -, mas que para felicidade do leitor brasileiro Jô Soares resgata neste romance implacável e impagável.





O Xangô de Baker Street (Companhia das Letras, R$ 58,00) foi o primeiro livro do Jô que li. Sempre gostei do programa do Jô, mas nunca tive interesse por seus livros, que misturam criminalística com humor. Comprei o box da Companhia das Letras com os quatro livros do apresentador, uma vez que pretendia ler todos no mês de fevereiro para o Desafio Literário. Li este e As Esganadas. Me apaixonei. Ri muito.

Jô Soares não é nenhum gênio literário, mas seus livros são bem escritos, divertidos, detalhados na medida certa e impactantes. Prendem a atenção do leitor. As tiradas são incríveis, inteligentes. Jô sabe arrancar gargalhadas do leitor.

Em O Xangô de Baker Street, Sherlock Holmes vem ao Brasil, para o Rio de Janeiro, acompanhado de Watson para descobrir quem roubou um violino Stradivarius de uma das amigas íntimas do Imperador Dom Pedro II. Chegando por essas bandas, envolve-se em outro mistério: há um assassino perambulando pela cidade. Este, mata mulheres atraentes, arranca suas orelhas e deixa como lembrança uma corda de violino envolta nos pêlos pubianos dos cadáveres. Holmes só precisa descobrir quem é o tal assassino, e para isto, conta com a ajuda do delegado Pimenta.

Personalidades famosas, como Chiquinha Gonzaga e Oswald de Andrade são personagens cativantes na obra de Jô e além de enriquecerem a narrativa, também são suspeitos. A culinária e paisagens do Brasil também são bem trabalhadas no livro.

Acredito que o Sherlock de Jô é mais atrapalhado e excêntrico do que o original de Doyle, mas, mesmo assim, é irressistível.

Leiam!

domingo, 10 de março de 2013

Adormecida, Anne Sheehan


Sinopse: Rose Fitzroy esteve dormindo por décadas. Imersa num sono induzido, esquecida em um porão por mais de 60 anos, a jovem foi tratada como desaparecida enquanto os anos sombrios pairavam sobre o mundo. Despertada como que por encanto e descobrindo ser herdeira de uma corporação multimilionária, Rose vai entendendo pouco a pouco, tudo o que aconteceu em sua ausência.
Ela descobre que seus pais estão mortos. O rapaz por quem era apaixonada não é mais que uma mera lembrança. A Terra se tornou um lugar estranho e perigoso, especialmente para ela, que terá de assumir seu lugar à frente dos negócios.
Desejando adaptar-se à nova realidade, Rose só consegue confiar numa única pessoa estranhamente familiar. Rose até gostaria de deixar o passado para trás, no entanto, ao pressentir o perigo, percebe que precisa enfrentá-lo ou não haverá futuro.


Anne Sheehan fez algo inovador em Adormecida. Transformou a ideia central do conto da Bela Adormecida em algo pretencioso e distópico.

Rose fica anos em extase, um tipo de sono induzido a partir de uma cápsula protetora, (me lembrei do Sayoran em Tsubasa Chronicle, mas não vem ao caso) e é despertada por engano, quando um residente do condomínio tropeça na sua cápsula, perdida numa sala há anos, e faz a reativação por engano.

A narrativa é em primeira pessoa, como na maioria dos YA. Rose narra sua infância e conta suas experiências precoces com a cápsula de sono, sua relação com os pais e seu relacionamento com Xavier, um menino que viu nascer e se tornou seu namorado, antes de despertar, é claro.

Rose sempre ficou muito tempo em extase. Seus pais viajavam e a colocavam na cápsula, iam para uma festa e a entubavam, como uma mãe coloca um filho para dormir, só que de um jeito macabro. Rose ficava semanas, meses e até anos em extase. Até que um dia, os pais não voltaram para despertá-la e ela acordou 70 anos depois, percebeu que todos estavam mortos e que ela era herdeira de um imperío milionário.

Ambicioso? Sim.

Além da premissa de um conto futurista, Adormecida tem a pitada certa de distopia misturada com FC adolescente: romances, tecnologias inovadoras, sistema dominador, alienígenas que sofrem opressão etc.

Bem desenvolvido? Em partes.

Anne Sheehan deixa espaço para continuações. Adormecida é a introdução. Somos apresentados a Rose e descobrimos seu passado e suas dificuldades em lidar com o presente. No final da narrativa, concluimos que Adormecida é o primeiro livro de uma série. Espero que a continuação não demore muito, uma vez que foi a curiosidade que surgiu ao final da leitura que me conquistou.

Tag: 10 respostas sobre o blog

A Gabrielle Monteiro, do blog Em Busca de Livros Perdidos me indicou essa tag, cuja proposta é responder dez perguntas sobre o blog.

Vamos lá:

1. Como escolheu o nome do blog?
Eu queria colocar Literatura e Cinema no título e no endereço, mas já existiam outros blogs com endereços parecidos. Então, lembrei do "Convite à Filosofia", da Marilena Chauí e adaptei para "Convite à Literatura" que ficou como endereço. Depois só coloquei um & Cia no final do título e juntei tudo o que gosto.
2. Quanto tempo se dedica ao blog?
Mesmo sem postar, cerca de duas horas por semana.
3. Já teve problemas com comentários anônimos no blog? Qual?
Não.
4. Você se inspira em outro blog? Qual?
Não. Eu leio dezenas de blogs literários e admiro vários, mas quando escrevo algo, coloco a minha opinião e sigo o meu próprio estilo.
5. Quanto tempo está na blogosfera?
O Literatura, Cinema & Cia está no ar há quase dois anos. Eu já tive outros blogs, com outros temas. O primeiro foi em 2004.
6. Quantos blogs visita por dia?
Não entro na internet todos os dias. Visito em média 30 blogs por semana.
7. Quantos livros lê por mês?
Cerca de dez.
8. E eles são curtos ou grandes?
Não me importo com a quantidade de páginas, leio o que tenho vontade de ler.
9. Já ficou sem inspiração para postar? Como superou isso?
Não tenho problema com a inspiração. Meu maior problema é a falta de tempo, ela que me impede de postar!
10. Pretende mudar algo no blog em 2013?
Sim! O layout será mudado no mês de aniversário do blog.


A tag pede a indicação de dez blogs para respondê-la, mas não indicarei nenhum. Quem quiser responder, fique à vontade.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Household Stories, Jacob and Wilhelm Grimm



          A coletânea de contos dos Irmãos Grimm encanta pela nostalgia presente nas narrativas.  Os Irmãos começaram recolhendo contos de fadas entre seus familiares, que eram narrados oralmente.Depois, criaram suas próprias versões e logo conquistaram leitores de todas as idades.

As versões de “Chapeuzinho Vermelho”, “João e Maria” e “A bela adormecida” que a maioria das crianças escuta antes de dormir é muito distorcida dos contos originais. Lendo a versão original de Jacob e Wilhelm Grimm pode-se notar que os contos, em sua maioria, não têm nada de infantil, pelo contrário, são brutais e possuem uma nota de aviso. Como por exemplo, se você for maldoso e inescrupuloso terá um fim lamentável. Ou se você se deixar levar pelas aparências, não cumprir uma promessa e demonstrar excesso de inocência será punido igualmente.
Rumpelstiltskin é um conto perturbador, no qual tudo gira em torno da cobiça. Um moleiro mente para o rei dizendo que sua filha transforma palha em ouro e o rei casa-se com moça, pois tem sede de ouro. A rainha se mostra uma mulher irresponsável quando faz o pacto com Rumpelstiltskin, um ajudante do demônio. No início a soberana promete tudo em troca de sua vida, mas quando se vê ameaçada tira proveito da situação. Segundo Maria Tatar,  Rumpelstiltskin nos mostra como a palha do trabalho doméstico pode ser transformada no ouro que prende o coração de um rei, além disso, diz que o protagonista é uma figura heroica que demonstra compaixão, por isso pode ser visto em várias versões como um gnomo que escapa do palácio e não em gnomo que é rasgado em dois quando seu nome é revelado.
Os cenários e objetos encontrados nos contos também significam muito. Uma floresta escura, que guarda em seu interior uma torre com uma donzela de longos cabelos representa separação, uma vez que Rapunzel só encontra a felicidade quando se separa dessa floresta e passa a habitar o mundo exterior. Em “O Rei Sapo” a bola que cai no poço representa o desejo de brincar, ou seja, um princípio de prazer, que é substituído ao longo do conto pelo processo de amadurecimento dos anseios e sentimentos da princesa; esta por sua vez quebra uma promessa, mas salva seu pretendente de um feitiço.
Em suma, Household Stories é uma leitura extremamente válida. A simbologia usada pelos Irmãos Grimm é bem dosada, a narrativa é bem escrita, as metáforas são marcantes e as histórias, encantadoras, ainda que um tanto macabras.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Anna e o Beijo Francês, Stephanie Perkins



Sinopse da editora:  Anna Oliphant não está nada entusiasmada com a ideia de se mudar para Paris. Porém, seu pai, um famoso escritor norte-americano, decidiu enviá-la para um colégio interno na Cidade Luz. Anna prefere ficar em Atlanta, onde tem um bom emprego, sua fiel melhor amiga e um namoro prestes a acontecer. Mas, ao chegar a Paris, ela conhece Étienne St. Clair, um rapaz inteligente, charmoso e bonito, que além de muitas qualidades, tem uma namorada...
Anna e Étienne se aproximam e as coisas ficam mais complicadas. Será que um ano inteiro de desencontros em Paris terminará com o esperado beijo francês? Ou certas coisas simplesmente não estão destinadas a acontecer?


Anna, a protagonista, é enviada (contra à vontade pelo pai) para um colégio interno em Paris. E é em Paris, a cidade maravilhosa, o local em que Anna descobre o amor, faz amigos e vive a vida, com suas alegrias e desapontamentos.

Anna e o Beijo Francês (Novo Conceito, R$ 24,90) é um YA bem leve e descontraído. Stephanie Perkins não é uma escritora ambiciosa e visionária, sua narrativa é pobre, nada de maravilhosamente bem escrita, mas, ao mesmo tempo é simples e divertida. É o tipo de livro que você termina e pensa "Uau! Que história fofa!". Não tem como não torcer para a amizade de Anna e St. Clair, seu melhor amigo, se tornar algo mais.

No início da leitura pensei que fosse mais um livro com romance açucarado e dramático, mas não é. É fofo e só.

Estou um pouco cansada das protagonistas de romances YA, parece que os pré-requisitos de todas são a insegurança e a chatice. Anna é um pouco insegura, mas não do tipo que dá vontade de matar.

Enfim, o livro é bom  para descansar a mente de leituras mais complexas.

Vou resenhar mais alguns YA que li em janeiro e depois vou dar um tempo nas leituras desse segmento.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Sentido de um Fim, Julian Barnes (DL 2013)



"Nós vivemos no tempo - ele nos prende e nos molda -, mas eu nunca achei que entendia isso muito bem. E não me refiro a teorias de como ele se dobra e volta para trás, ou se pode existir em outro lugar em versões paralelas. Não, eu me refiro ao tempo comum, rotineiro, que os relógios nos mostram que passa regularmente: tique-taque, clique-claque. Existe algo mais plausível do que um segundo ponteiro? E, no entanto, basta o menos prazer ou dor para nos ensinar a maleabilidade do tempo. Algumas emoções o aceleram, outras o retardam; às vezes, ele parece desaparecer - até o ponto final em que ele realmente desaparece, para nunca mais voltar."

(O Sentido de um Fim, Julian Barnes, Rocco, R$ 24,00, p. 09)

Comecei a leitura d`O Sentido de um Fim em dezembro, mas só terminei de ler na primeira semana de janeiro, então, vou considerá-lo uma leitura de 2013.

A história é narrada pelo sexagenário Tony Webster, que nos conta sua história de vida. Tony inicia relembrando os tempos de escola, época em que conheceu Adrian, um rapaz estranho, dono de uma mente brilhante. Adrian logo passa a fazer parte de seu círculo de amizades, se tornando uma referência para ele e os demais amigos.

O tempo passa, a escola acaba e cada amigo toma seu rumo. Até que um dia, depois de décadas, Tony recebe um aviso de que recebeu uma pequena herança da mãe de sua ex-namorada e um diário de Adrian, que cometeu suicídio aos 22 anos. Na época em que se suicidou, Adrian namorava Verônica, ex-namorada de Tony.

Em meio a todo esse cenário de perdas, de amor X morte, o narrador questiona e relembra o passado a fim de encontrar respostas para o presente.

O Sentido de um Fim foi vencedor do Man Booker Prize de 2011 e dá pra entender o motivo. É um livro e tanto, com um final brilhante.Virei fã de Julian Barnes! Além do mais, sinto que comecei o ano com a melhor leitura que poderia ter, minhas expectativas em relação ao que vou ler durante 2013 serão imensas, pois terão de superar um livro insuperável.


"A história é aquela certeza fabricada no instante em que as imperfeições da memória se encontram com as falhas da documentação."
(p.67)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Desafio Literário 2013: Sussurro, Becca Fitzpatrick


Sussurro (Intrínseca, 264 páginas, R$29,90) é o primeiro livro da série Hush Hush, de autoria de Becca Fitzpatrick.
Não foi minha primeira leitura de 2013. Decidi lê-lo para uma reunião de um clube do livro que pretendo participar e aproveitei para resenhá-lo no Desafio Literário 2013.
Sinopse oficial: Nora é uma menina responsável. Aos 17 anos, ela tira boas notas e sempre avisa à mãe aonde vai e o que está fazendo. Nem mesmo garotos a fazem perder o foco nos estudos. Até porque, apesar das tentativas de sua melhor amiga, Vee, de lhe arrumar um pretendente, ela nunca se interessou por ninguém na escola. Pelo menos não até conhecer Patch, seu novo colega na aula de biologia. Ele parece estar em todos os lugares e saber tudo sobre ela. Seu jeito ao mesmo tempo sedutor e perigoso faz com que Nora fique imediatamente intrigada. E encantada.

É então que eventos estranhos começam a acontecer. Um homem usando uma máscara de esqui salta diante de seu carro, seu quarto é invadido e aparentemente alguém está tentando matá-la. Nora não sabe em quem confiar. Quando Vee conhece dois novos rapazes e tenta arranjar um encontro, as coisas só pioram. Nora está assustada a maior parte do tempo. Patch é o da máscara de esqui? Ou será Elliot, o novo garoto com quem Vee quer que ela saia?

Em sua busca por respostas, Nora está prestes a se descobrir no centro de uma batalha ancestral entre seres imortais e anjos caídos - uma disputa que não se resolverá sem sacrifícios.
Nora é a adolescente típica dos YA da atualidade. Tem uma beleza comum, é um pouquinho inteligente, insegura, desconfiada, tenta em vão resistir a seus desejos, se mostra desinteressada no começo da narrativa, mas é fisgada por Patch, seu novo parceiro nas aulas de Biologia. Nora tem uma melhor amiga sem noção, Vee, que mais parece amiga da onça.
Patch, o affair de Nora, é um personagem estranho e não pelo fato de ele ser um anjo que caiu do Paraíso por cobiçar a raça humana. Patch é estranho porque não tem uma finalidade na narrativa. Ele não é bom, tampouco é mal, sua única intenção é cobiçar. Patch cobiça Nora, cobiça os sentimentos da raça humana, cobiça os Nephelim por possuírem poderes divinos e serem humanos, enfim, é cobiça que não acaba mais. Tive a sensação de que a autora tentou deixá-lo atraente para seu público leitor, mas só o que ela conseguiu foi criar um personagem convencido, arrogante e mal construído.
No meio dessa tormenta de sentimentos recém-descobertos, Nora começa a ser perseguida por um estranho com máscara de esqui (oi?). Vee é atacada. E adivinhem quem é o primeiro suspeito? Patch. O bad boy arrogante e misterioso.
Depois, como a própria sinopse mostra, Nora e Vee conhecem dois garotos, Elliot e Jules. As duas logo começam a sair com os dois, até Nora descobrir algo sobre o passado de Elliot e começar a desconfiar dele também. Nesse meio tempo, Nora passa por coisas previsíveis, descobre o passado de Patch, um pouco sobre seu próprio passado e descobre também o grande mistério do livro.
O final é previsível, um pouco antes do desfecho (que é o grande clímax da obra), a autora nos conta um detalhe sobre Patch e a partir daí, o final feliz se torna nítido.
O livro tem seus momentos bons. Gostei de algumas partes específicas, como as do professor de Biologia e o prólogo. A narrativa é rápida, feita somente para entreter e o vocabulário é bem simples.
 Não gostei de como a autora fez uso d’O Livro de Enoch (falar mais sobre ele seria spoiler, então vou deixá-los curiosos).  A partir do momento que Becca citou esse livro deveria ter sido fiel, pois é uma obra que existe, é palpável, independente de ser ou não ficção. E Becca meio que criou uma coisa em cima de outra, distorceu algo daqui, acrescentou ali, enfim, não me agradou.
Também não gostei da narrativa em primeira pessoa. Acredito que só grandes mestres da literatura conseguem a proeza de construir uma narrativa exemplar em primeira pessoa, o que não é o caso da Fitzpatrick. A narrativa desliza por trechos com fluxo da consciência mal elaborados e diálogos fracos.
Como Sussurro é o primeiro livro de uma série, deixa uma boa dose de informações no ar. Dá curiosidade? Até que dá. Tudo que não é dito gera curiosidade. Vou ler o restante da série? Não sei.
Se eu tivesse de dar uma nota de 0 a 5, daria 2, que considero razoável, já que o livro não é de todo ruim.
Para quem gosta da temática de anjos caídos indico O Paraíso Perdido, de John Milton. E para quem gosta de anjos caídos na literatura infanto-juvenil ou YA´s, indico a série Os Instrumentos Mortais, de Cassandra Clare.
E vocês, leram? Gostaram? Não gostaram? Me contem!