segunda-feira, 11 de março de 2013

O Xangô de Baker Street, Jô Soares





Sinopse da editora: Um violino Stradivarius desaparecido, algumas orelhas cortadas e seus respectivos cadáveres trazem o famoso Sherlock Holmes ao Brasil, por recomendação de sua não menos famosa amiga Sarah Bernhardt. Porém aquilo que parecia um pequeno e discreto caso imperial transforma-se numa saga cheia de perigos, tais como feijoadas, vatapás, mulatas, intelectuais de botequim, pais-de-santo e cannabis sativa. Sem falar, é claro, dos crimes do primeiro serial killer da história, que executa seu sinistro plano nota a nota, com notável afinação e precisão de corte.
O britânico e intrépido detetive e seu fiel e desconfiadíssimo esculápio vivem então no Rio de Janeiro a aventura de Sherlock Holmes que Conan Doyle se excusou de contar - por motivos que ficarão bastante óbvios -, mas que para felicidade do leitor brasileiro Jô Soares resgata neste romance implacável e impagável.





O Xangô de Baker Street (Companhia das Letras, R$ 58,00) foi o primeiro livro do Jô que li. Sempre gostei do programa do Jô, mas nunca tive interesse por seus livros, que misturam criminalística com humor. Comprei o box da Companhia das Letras com os quatro livros do apresentador, uma vez que pretendia ler todos no mês de fevereiro para o Desafio Literário. Li este e As Esganadas. Me apaixonei. Ri muito.

Jô Soares não é nenhum gênio literário, mas seus livros são bem escritos, divertidos, detalhados na medida certa e impactantes. Prendem a atenção do leitor. As tiradas são incríveis, inteligentes. Jô sabe arrancar gargalhadas do leitor.

Em O Xangô de Baker Street, Sherlock Holmes vem ao Brasil, para o Rio de Janeiro, acompanhado de Watson para descobrir quem roubou um violino Stradivarius de uma das amigas íntimas do Imperador Dom Pedro II. Chegando por essas bandas, envolve-se em outro mistério: há um assassino perambulando pela cidade. Este, mata mulheres atraentes, arranca suas orelhas e deixa como lembrança uma corda de violino envolta nos pêlos pubianos dos cadáveres. Holmes só precisa descobrir quem é o tal assassino, e para isto, conta com a ajuda do delegado Pimenta.

Personalidades famosas, como Chiquinha Gonzaga e Oswald de Andrade são personagens cativantes na obra de Jô e além de enriquecerem a narrativa, também são suspeitos. A culinária e paisagens do Brasil também são bem trabalhadas no livro.

Acredito que o Sherlock de Jô é mais atrapalhado e excêntrico do que o original de Doyle, mas, mesmo assim, é irressistível.

Leiam!

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