quarta-feira, 27 de julho de 2011

Jane Austen, A Vampira - Michael Thomas Ford

Jane Austen não morreu!
Ela agora é uma vampira, que mudou seu nome para Jane Fairfax, vive em uma cidadezinha no interior dos EUA e é dona de uma livraria.
Jane sofre por ver seu nome estampado em vários livros idiotas como O livro de Fitness de Jane Austen e lamenta não conseguir direitos autorais.

Quando vi o livro pela primeira vez, imaginei que fosse mais um dessa onda vampiresca, sangrenta, romântica e problemática. Mas, não é bem assim. O foco da narrativa não é o vampirismo, que é tido como um mero empecilho para Jane, o foco principal é a vida amorosa da autora em meio as dificuldades da publicação de seu novo livro, intitulado Constance.
Jane se mete em várias situações engraçadas, se reencontra com Lord Byron e tem o desprazer de conhecer Charlotte Brontë. Com a ajuda de Lucy, sua amiga e funcionária e Walter, seu namorado, Jane consegue se livrar das enrascadas!
O livro, apesar de conter um ar romance de banca em algumas partes não perde em nada! É cheio de referências a obras literárias e críticas. Como nesse trecho, em que o autor critica a série Gossip Girl:

"'Era fã da série Cherry High Gossip Club quando estava no ensino médio', Farrah revelou.

Jane reprimiu o riso. Os livros dessa série eram o que poderia haver de pior: tediosos e insípidos. A ação se concentrava em torno de um grupo de garotas que editavam uma revista de fofocas a respeito dos eventos de uma escola do ensino médio para ricos. Previsivelmente, a série vendeu milhões de exemplares, especialmente depois que um programa de tevê baseado nela tornou-se um sucesso."

É um livro divertido, de leitura leve e descontraída. Enfim, é um livro sessão da tarde que fisga o leitor, que o aproxima das personagens e cativa. Pesquisei um pouco e descobri que Ford escreverá uma continuação da história.

Não acho que o livro suja o nome e a imagem de Austen, acho até que é uma boa oportunidade para o leitor conhecer as obras dela. Michael Thomas Ford não recriou um romance, apenas usou a autora como personagem.

E também sou a favor dos clássicos repaginados, como Orgulho, Preconceito e Zumbis , Senhora, a bruxa e O alienista caçador de mutantes. Esse novo estilo literário tem o poder de aguçar a curiosidade do leitor para o clássico original e valem a pena ser lidos, assim com Jane Austen, A Vampira.

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