O poeta amazonense Thiago de Mello, estudou em Manaus e foi para o Rio de Janeiro estudar medicina, depois de cinco anos de estudo, decidiu trocar a ciência pela poesia.
Segundo a revista Discutindo Literatura nº 10, o poeta chegou a mostrar seus poemas a Drummond que o alertou sobre os riscos de abandonar os estudos para se dedicar a carreira literária. Em seguida, Thiago conheceu Manuel Bandeira que recomendou a publicação de um de seus poemas no caderno literário jornal Correio da Manhã.
Silêncio e palavra, o primeiro livro do autor, foi publicado em 1951.
Thiago foi preso durante a ditadura militar, exilou-se no Chile e se tornou amigo de ninguém mais do que Pablo Neruda. Quando retornou ao Brasil passou a residir no Amazonas. Quando indagado sobre o motivo de viver no meio da floresta, respondeu que ali escreve, estuda e aprende diariamente com as estrelas, a água, o vento e os pássaros.
Em 1998, o escritor ganhou o Prêmio Jabuti com o livro De uma vez por todas, publicado pela Bertrand Brasil. Dois anos depois Thiago recebeu o prêmio novamente, com a obra Campo de Milagres, também publicado pela Bertrand Brasil.
Atualmente, é um dos poetas mais influentes do país e é conhecido como ícone da literatura regional.
*Redigi o texto com base em informações retiradas da revista Discutindo Literatura nº10, e da Wikipédia.
Agora, um pequeno poema do autor, retirado do livro Silêncio e Palavra, para despertar o apetite literário!
Rumo
Somente sou quando em verso.
Minhas faces mais diversas
são labirintos antigos
que se confundem e perdem.
Meu pensamento perfura
muros de nada, à procura
do que não fui nem serei
Antes a carne fêmea e branca
meu corpo se recompõe
ofertando o que não sou.
Meu caminhar e meus gestos
mal e apenas anunciam
minha ainda permanência.
Para chegar até onde
não me presumo, mas sou
sigo em forma de palavra.
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