segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Kafka e a Boneca Viajante, Jordi Sierra i Fabra

Kafka e a Boneca Viajante, de autoria de Jordi Sierra i Fabra e com ilustrações de Pep Montserrat, foi vencedor do Prêmio Nacional de Literatura Infantil e Juvenil do Ministério da Cultura da Espanha em 2007.

No ano de 1963, Kafka passeava pelo parque Steglitz em Berlim, quando deparou-se com uma garota que chorava sem cessar por sua boneca perdida. A partir disso, Kafka escreveu durante três semanas cartas para a pequena menina, cujo rementente, era ninguém menos que a boneca perdida, que agora viajava pelo mundo.

O relato foi contado por Dora Dymant, esposa do escritor e transformado em um livro singular pelo espanhol Jordi Sierra i Fabra. No entanto, as cartas originais e a própria garota nunca foram encontradas.

Um trecho do livro:

" Ela chorava em pé, desconsolada, tão angustiada que parecia trazer no rosto toda a dor e aflição do mundo.

Franz Kafka olhou para um lado e para outo.

Ninguém notava a menina.

Estava sozinha.

Não sabia o que fazer. As crianças eram um completo mistério, seres de alta periculosidade, um conjunto de risadas e lágrimas alternadas, nervos e energia à flor da pele, perguntas sem fim e exaustão absoluta."

No livro, a menina Elsi perde sua boneca Brígida e o escritor presenciando o choro da criança, percebe o quanto a boneca lhe é importante. Assim, se transforma num carteiro de bonecas, que a cada dois dias entrega à pequena uma carta da boneca que está viajando ao redor do mundo.

As cartas de Brígida são cobertas de sentimentos, escritas não apenas para consolar Elsi, mais também para ensiná-la a lidar com a vida em geral.

" ... quanto a mim, seria incapaz de matar um leão ou um elefante. Totalmente incapaz. Para que destruir uma vida? Esses animais selvagens são tão lindos, Elsi. Tão lindos e nobres em sua liberdade. A natureza é tão pródiga com seus filhos. Às vezes percebo que o mundo é o lugar mais bonito que existe, e vejo a imensa sorte que temos de viver nele..."

Kafka e a Boneca Viajante é um livro delicado e cativante. A história é bem contada e muito bem escrita, com palavras simples carregadas de sentimentalismo.

É um livro perfeito para aqueles dias que precisamos de uma leitura reconfortante, que acalme e emocione.

2 comentários:

Mi Müller disse...

Oi Aléxia!
Eu amei esse livro, foi uma leitura muito especial é bem como tu disses delicado e cativante. :D
estrelinhas coloridas...

Aléxia Roche disse...

Também amei!

Acho que passei a gostar mais do Kafka como ser humano sabe? Mesmo a narrativa sendo fictícia!