terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Desafio Literário 2013: Sussurro, Becca Fitzpatrick


Sussurro (Intrínseca, 264 páginas, R$29,90) é o primeiro livro da série Hush Hush, de autoria de Becca Fitzpatrick.
Não foi minha primeira leitura de 2013. Decidi lê-lo para uma reunião de um clube do livro que pretendo participar e aproveitei para resenhá-lo no Desafio Literário 2013.
Sinopse oficial: Nora é uma menina responsável. Aos 17 anos, ela tira boas notas e sempre avisa à mãe aonde vai e o que está fazendo. Nem mesmo garotos a fazem perder o foco nos estudos. Até porque, apesar das tentativas de sua melhor amiga, Vee, de lhe arrumar um pretendente, ela nunca se interessou por ninguém na escola. Pelo menos não até conhecer Patch, seu novo colega na aula de biologia. Ele parece estar em todos os lugares e saber tudo sobre ela. Seu jeito ao mesmo tempo sedutor e perigoso faz com que Nora fique imediatamente intrigada. E encantada.

É então que eventos estranhos começam a acontecer. Um homem usando uma máscara de esqui salta diante de seu carro, seu quarto é invadido e aparentemente alguém está tentando matá-la. Nora não sabe em quem confiar. Quando Vee conhece dois novos rapazes e tenta arranjar um encontro, as coisas só pioram. Nora está assustada a maior parte do tempo. Patch é o da máscara de esqui? Ou será Elliot, o novo garoto com quem Vee quer que ela saia?

Em sua busca por respostas, Nora está prestes a se descobrir no centro de uma batalha ancestral entre seres imortais e anjos caídos - uma disputa que não se resolverá sem sacrifícios.
Nora é a adolescente típica dos YA da atualidade. Tem uma beleza comum, é um pouquinho inteligente, insegura, desconfiada, tenta em vão resistir a seus desejos, se mostra desinteressada no começo da narrativa, mas é fisgada por Patch, seu novo parceiro nas aulas de Biologia. Nora tem uma melhor amiga sem noção, Vee, que mais parece amiga da onça.
Patch, o affair de Nora, é um personagem estranho e não pelo fato de ele ser um anjo que caiu do Paraíso por cobiçar a raça humana. Patch é estranho porque não tem uma finalidade na narrativa. Ele não é bom, tampouco é mal, sua única intenção é cobiçar. Patch cobiça Nora, cobiça os sentimentos da raça humana, cobiça os Nephelim por possuírem poderes divinos e serem humanos, enfim, é cobiça que não acaba mais. Tive a sensação de que a autora tentou deixá-lo atraente para seu público leitor, mas só o que ela conseguiu foi criar um personagem convencido, arrogante e mal construído.
No meio dessa tormenta de sentimentos recém-descobertos, Nora começa a ser perseguida por um estranho com máscara de esqui (oi?). Vee é atacada. E adivinhem quem é o primeiro suspeito? Patch. O bad boy arrogante e misterioso.
Depois, como a própria sinopse mostra, Nora e Vee conhecem dois garotos, Elliot e Jules. As duas logo começam a sair com os dois, até Nora descobrir algo sobre o passado de Elliot e começar a desconfiar dele também. Nesse meio tempo, Nora passa por coisas previsíveis, descobre o passado de Patch, um pouco sobre seu próprio passado e descobre também o grande mistério do livro.
O final é previsível, um pouco antes do desfecho (que é o grande clímax da obra), a autora nos conta um detalhe sobre Patch e a partir daí, o final feliz se torna nítido.
O livro tem seus momentos bons. Gostei de algumas partes específicas, como as do professor de Biologia e o prólogo. A narrativa é rápida, feita somente para entreter e o vocabulário é bem simples.
 Não gostei de como a autora fez uso d’O Livro de Enoch (falar mais sobre ele seria spoiler, então vou deixá-los curiosos).  A partir do momento que Becca citou esse livro deveria ter sido fiel, pois é uma obra que existe, é palpável, independente de ser ou não ficção. E Becca meio que criou uma coisa em cima de outra, distorceu algo daqui, acrescentou ali, enfim, não me agradou.
Também não gostei da narrativa em primeira pessoa. Acredito que só grandes mestres da literatura conseguem a proeza de construir uma narrativa exemplar em primeira pessoa, o que não é o caso da Fitzpatrick. A narrativa desliza por trechos com fluxo da consciência mal elaborados e diálogos fracos.
Como Sussurro é o primeiro livro de uma série, deixa uma boa dose de informações no ar. Dá curiosidade? Até que dá. Tudo que não é dito gera curiosidade. Vou ler o restante da série? Não sei.
Se eu tivesse de dar uma nota de 0 a 5, daria 2, que considero razoável, já que o livro não é de todo ruim.
Para quem gosta da temática de anjos caídos indico O Paraíso Perdido, de John Milton. E para quem gosta de anjos caídos na literatura infanto-juvenil ou YA´s, indico a série Os Instrumentos Mortais, de Cassandra Clare.
E vocês, leram? Gostaram? Não gostaram? Me contem!

2 comentários:

Marília Barros disse...

Gostei da sua resenha, bem sincera. Não tenho a mínima vontade de ler esse livro, honestamente. Os personagens me parecem bem clichês. Gosto de YA, mas essa repetição de clichês me cansa.
Mas tenho curiosidade em ler Os Instrumentos Mortais, falam tão bem da série...

Aléxia Roche disse...

Oi Marília!

Então, os personagens são clichês mesmo, como na maioria dos YA. Também estou farta de tanta repetição e pouca originalidade.

Eu gostei de Os Instrumentos Mortais, tem menos clichês do que a maioria! ^^